Luana Andrade, ex-participante do reality show Power Couple e assistente de palco do SBT, morreu nesta terça-feira (7) aos 29 anos após uma lipoaspiração. A assessoria de imprensa do hospital onde aconteceu o óbito informou que ela teve uma parada cardíaca durante o procedimento, sendo a causa da morte uma embolia pulmonar maciça.
Para entender como a lipoaspiração funciona, o gshow conversou com especialistas em cirurgia plástica, que falaram sobre o caso de Luana.
O presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, Diovane Ruaro, ressalta a importância de não encarar cirurgias plásticas como procedimentos banais:
“Elas devem ser encaradas com a devida responsabilidade. Como qualquer cirurgia, as plásticas, incluindo a lipoaspiração, podem apresentar intercorrências e, ocasionalmente, complicações fatais”
Para Diovane, as cirurgias plásticas e, em particular, a lipoaspiração, não devem ser feitas precipitadamente. Ele indica um planejamento cuidadoso, tanto para a preparação pré-operatória quanto para o acompanhamento pós-operatório.
Diante disso, ele fala sobre a importância da escolha de profissionais qualificados e experientes que atuem em centros cirúrgicos devidamente equipados: “É preferível realizar as cirurgias em hospitais que disponham de uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou tenham fácil acesso a ela. O pré-operatório deve ser realizado da maneira mais criteriosa possível, escolhendo o momento mais adequado, considerando a saúde do paciente e o tempo necessário para a recuperação”.
Ele explica também que é comum associar diferentes áreas na lipoaspiração, como abdômen, coxas, costas, flancos e axilas. Contudo, isso não implica necessariamente em um maior risco para o paciente, desde que todos os critérios de segurança sejam rigorosamente respeitados, incluindo as determinações do anestesista e do cardiologista, juntamente com as avaliações e estratégias de risco pré-operatório.
Eduardo Teixeira, professor e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, reitera que a lipoaspiração é uma cirurgia como qualquer outra e não está isenta de riscos. Além disso, o procedimento envolve uma técnica invasiva que requer anestesia, seja ela local ou geral:
“Em resumo, temos no mínimo dois procedimentos: o anestésico e o cirúrgico, cada um com seus próprios riscos. Em casos de lipoaspirações feitas em ambulatório com anestesia local, o cirurgião também assume o ato anestésico.”
Para lipoaspiração, que é um procedimento eletivo, o paciente deve realizar exames preparatórios normais, explica o professor: “Não há justificativa para operar um paciente que apresente anemia prévia ou outras alterações significativas nos exames. Um paciente saudável, com exames normais, pode se submeter à lipoaspiração ou a qualquer outra cirurgia, com um risco reduzido, porém, os riscos existem.”
“O risco considerado é a condição de saúde da pessoa durante a cirurgia”, explica Ricardo Cavalcanti, chefe da divisão de cirurgia plástica e reparadora da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Exames pré-operatórios que podem ser exigidos:
exames de sangue;
raio-x do tórax;
eletrocardiograma.
“No caso de uma cirurgia abdominal, geralmente é solicitado um ultrassom da região abdominal para verificar se a pessoa tem alguma hérnia ou alteração na parede abdominal. Os riscos também estão associados ao volume que será lipoaspirado. Existe um limite de segurança, que é 7% do peso da pessoa. Por exemplo, se alguém pesa 60 quilos, é seguro retirar até 4,2 litros de gordura”, explica Cavalcanti.
Problemas que podem ocorrrer
Ricardo Cavalcanti citou ainda algumas intercorrências que podem acontecer durante uma lipoaspiração e quais suas causas mais comuns.
“Existem várias questões que podem levar uma pessoa a ter uma parada cardíaca, por exemplo, relacionadas à anestesia. Pode ocorrer ainda um choque anafilático, por retirada excessiva de gordura -, ou até mesmo perfuração”, diz.
Além disso, alergias ou algum aspecto da anestesia são problemas que normalmente podem levar a uma parada cardíaca durante a lipoaspiração, não apenas na lipoaspiração, mas em qualquer cirurgia.
“Qualquer complicação anestésica pode levar a uma parada cardíaca”, ressalta o médico.
Luana Andrade: especialistas explicam procedimento de lipoaspiração feito pela ex-Power Diovane reafirma que a lipoaspiração pode ser realizada em vários locais do nosso corpo onde há acúmulo de gordura:
“Não é incomum pessoas magras, especialmente aquelas com corpos mais atléticos, sentirem descontentamento devido a pequenas áreas de acúmulo de gordura, conhecidas como lipodistrofia, em pontos específicos das pernas e coxas”, diz.
Ele reitera que, independente da área, o importante é que todos os cuidados sejam tomados para minimizar os riscos que o procedimento apresenta.